O simples ato de viver
é algo intenso, não inexplicável, mas que exige muita coragem e bravura. Essas
duas palavras carregam um significado tão grande que às vezes passam
despercebidos pelos nossos olhos. Talvez eu definisse a vida como um enorme
campo de batalha, onde todos os dias nós precisamos criar estratégias e planos
para sobreviver e tentar vencer para que no final a sensação de vitória te
preencha e que seus olhos se fechem o mais rápido possível em uma cama, sem se
preocupar com o vasto mundo que não para. Mas para isso não é aceitável confundir
viver com sobreviver, pelo simples fato que viver requer muito mais
determinação.
Conseguir perceber
estas constatações talvez lhe faça viver com mais vontade, mesmo sabendo que
tudo que é feito há consequências. Como minha avó diz: “nada vem do nada”, só agora percebi que ela está totalmente
correta. Se no seu dia não houver uma batalha, mesmo que seja bem pequena, ou
uma nano batalha, há algo de errado. Às vezes, essas batalhas geram resultados
maravilhosos, mas também concebem decepções, e talvez depois dessa semana,
entendi todo o significado disso.
Viver? Não é só ter
vida, ou simplesmente existir. É muito mais complexo. E se isso não for bem administrado,
a essência da vida acaba. Respirar? Fica difícil, lento e pesado, nada acontece
como planejado, o desespero corre entre as veias e a mente se ocupa com só uma
coisa: o problema.
Acho que nessa semana
eu quase passei para o estágio de sobreviver. Sou do tipo de pessoa que aguenta
pressão, mas até certo ponto. Percebo quando não consigo mais fazer nada, pois nem
o que estou fazendo consigo processar com seriedade. Foram cinco dias tão
exaustivos e pesados que já estou contando os dias para isso tudo acabar. Cinco
dias que me fizeram chegar em casa e correr para o calendário e riscar com
força dos dias 18 à 22 e desejar refazer tudo de novo, aí sim, talvez daria
tudo certo.
Mas tudo o que eu
precisava estava aqui, na minha frente, desde o dia que eu nasci e nessa semana
compreendi após uma pequena e produtiva conversa com minha avó. Minha família –
ou grande parte dela - não é de apoiar ninguém. As coisas aqui acontecem tão
rápido que fica difícil você analisar: “será que alguém aqui se importa?”, mas
minha avó não. Após o despertador tocar duas vezes e eu não ouvir, ela me
acordou e fui fazer minha rotina da manhã pré-escola, falando poucas palavras,
ela entendeu a minha preocupação que me rondava pela semana toda, e foi quando
antes de sair de casa que ela me disse: “Está tudo escrito nas estrelas, e se
nesse dia que tudo dará certo eu não estiver aqui, eu vou fazer o impossível
para assistir, boa aula.” E foi isso que me fez analisar toda a minha vida e a
semana em uma quinta feira ensolarada.
Talvez finalmente agora tudo está claro
para mim, a vida se faz de duas coisas importantíssimas que já citei no começo do post, e que eu próprio, deixei-as passar em branco: Coragem (do latim coraticum) que é a habilidade de
confrontar o temivel som de discordia, a dificil vida, o amor, a certeza ou a
intimidação e Bravura: o ato da valentia, da intrepidez: dar
prova de si, que são peças chaves para qualquer momento, desde os mais
felizes até os mais tristes onde para que nada tem salvação, porque a vida é
instável e árdua.
"you were given this life because you are strong enough to live it"